terça-feira, 15 de abril de 2014

Cassinos e Bondinho

Ainda em fevereiro, nos fins de semana em que o Salvador viajou para San Francisco, eu e o Minotto fizemos uma visita a Los Alamos no sábado 15/02. E no fim de semana seguinte, sábado 22/02, fomos ao cassino localizado no norte da cidade e subimos a montanha Sandia de teleférico.
Eu já havia ido a Los Alamos e retornado por estradas secundárias, passando por lugares belíssimos, com montanhas cobertas de neve. Já falei sobre isso em um post anterior.
Dessa vez, refazendo o trajeto, já não havia mais neve e o ambiente muito seco tinha mudado muito a paisagem. Vários acessos a parques estavam fechados tentando assim precaver-se de incêndios, que são comuns com o ambiente seco.
Eu havia elogiado tanto a paisagem, e, nesta segunda passagem, sem a neve, já não era aquela maravilha. 
Montanha nevada é muito mais bonita do que não nevada.

Na cidade de Los Alamos fomos ao Bradbury Science Museum (https://www.lanl.gov/museum/index.shtml) que entre outras coisas conta a história da bomba atômica. É um museu interativo (tipo MCT da PUCRS) e é possível manusear vários experimentos. De tempos em tempos passa um filme relatando o desenvolvimento da bomba atômica americana. Há, nas áreas de exposição, réplicas das bombas que foram lançadas em Hirochima e Nagasaki.
Bombas de Hirochima e Nagasaki
Não e grande, mas é bem interessante. Ficamos lá por quase duas horas, almoçamos e voltamos.

No sábado seguinte fomos ao Sandia Resort & Casino (http://www.sandiacasino.com/) e a montanha Sandia Peak. Aqui no New Mexico há vários cassinos (tem um na área urbana de Albuquerque, na esquina da Central com a Lousiana Blvd - http://abqdowns.com/ - mas não foi este que visitamos). As comunidades indígenas, que são muitas nesta região dos Estados Unidos podem legislar sobre o tema de jogos e aprovam a instalação de casinos, cujos resultados revertem para a comunidade indígena.
Em geral os cassinos estão integrados com hotéis e alguma outra atividade (campo de golfe, teatro, centro de convenções, estádios, etc.). São complexos de hospedagem, shows e jogos. O Sandia Resort & Casino é um complexo ao pé da montanha com mais de 300 quartos, amplo centro de convenções e campo de golfe. Passeamos pelos salões de jogos e pelo centro de convenções. 
Entrada principal do Sandia Resort & Casino

Entrada principal do Sandia Resort & Casino

Jogamos nas máquinas caça niqueis e eu apostei US$ 10 e ao final, depois de muito, trim-trim, blim-blim e outros sons, fiquei com US$ 10.50. Ganhei US$ 0.50 depois de jogar uns 20 minutos. Fato incomum.
Hoje não se joga mais com moedas, é tudo eletrônico. Você insere o crédito na máquina (pode ser com dinheiro, cartão de crédito, cartão do cassino, e tickets de crédito que as máquinas devolvem aos apostadores ao final do jogo) e começa a jogar. A máquina informa o saldo, e ao final (quando o saldo não é zero) você pede teus créditos e a máquina imprime um ticket com o saldo. Você pode ir a outras máquinas para jogar ou receber em dinheiro em maquinas localizadas próximo a saída.
Nos cassinos há vários locais para fazer refeições e lanches, em geral, bem em conta. Creio que a ideia é manter o cliente o máximo de tempo no cassino, então dar boa e barata alimentação e conforto é uma prioridade.
Fomos no início da tarde e o público é principalmente de aposentados que ficam jogando nas máquinas caça níquel muito, muito, muito tempo (o cassino funciona 24h dia - não fecha nunca). Cruzamos com um senhor que levava de uma máquina a outra, em um carrinho, seu tubo de oxigênio que estava conectado em seu nariz, como se fosse a coisa mais normal - se divertia e respirava ar de qualidade.
Ainda antes de ir ao casino já tínhamos comprado os tickets para subir o Sandia Peak de teleférico via o Sandia Peak Tramway (http://www.sandiapeak.com/). Escolhemos ir a tarde porque queríamos ver o por do sol lá de cima do Sandia. Através do bondinho se sobe 4.000 pés em 15 minutos. São dois trechos, sendo o segundo o mais longo e impressionante. É muito alto, e ficar olhando para baixo dá vertigem. Lá em cima, na chegada ficamos a 10.378 pés de altura. (veja foto do Minotto a 3.163 m). 
Quase chegando com Albuquerque ao fundo

Este é o segundo trecho, quase não dá para ver a chegada lá em baixo

Minotto a 10.378 ft.
A vista é muito bonita, para todos os lados da montanha. No lado oposto da chegada do teleférico ficam as pistas de sky (que já mostrei em outro post) e que naquele dia já estava vem ralinha, de forma que não estavam mais esquiando). Descobri, que quando não há neve, utilizam um trajeto alternativo, que cruza as pitas de sky descendo para fazer rali de bicicleta. Montanha abaixo deve ser interessante.
Ao lado da chegada no topo há um café restaurante todo de madeira, e apesar de cheio, sentamos nos cantos para tomar uma demorada cerveja esperando o por do sol. Demorou demais e então resolvemos descer antes do sol se por completamente. Mesmo assim foi possível ver uma bela paisagem em todas as direções.
É uma visita interessante e estava bem frequentada principalmente de turistas dos estados americanos das redondezas. Vários casais passam o fim de semana hospedados nos hotéis cassinos e fazem os programas tradicionais de turistas - o Sandia Peak é um deles.
Albuquerque ao pé da montanha

O outro lado da montanha - início das pistas de sky

Alto das pistas de sky

Chegada do bondinho no topo da montanha
Maquina come moedas
Aqui se dá troco. Não importa se é de 1 cent. Eles dão. E não oferecem balas como substituição. Então, dado este costume de devolver troco, rapidamente juntei muitas moedas. E como não queria andar com elas no bolso fui colando num copo em meu apartamento. Juntou bastante rápido. Então pensei como poderia passá-las adiante. Juntei todas, de 10 em 10 e fiz pacotinhos com durex. Ficou bom - sabia quanto tinha cada pacotinho e podia utilizar quando fosse fazer alguma compra. Mas, para quem recebesse seria um pouco inconveniente, pois teria de desmanchar meu pacotinho e contar. Estava acumulando e já estava pensando em levar todos no bolso para apresentar na próxima compra.
Eis que, um dia desses, estava entrando no meu supermercado - o Smith's e ouvi um barulho de moedas rolando/chacoalhando. Fui olhar e, num canto, um rapaz estava jogando moedas em uma boca de uma máquina. Verifiquei que ao final, ele pegou um ticket na máquina e foi fazer compras.
Fui investigar e descobri que a máquina conta as moedas e te dá de volta um ticket que podes usar como dinheiro para fazer compras ou um cupom de doação que você escolhe para quem doar, e para fazer isso, cobra uma taxinha de alguns centavos. Considerei a máquina comedora de moedas uma achado. Voltei para meu quarto e desmanchei todos os pacotinhos de moeda que tinha feito e no dia seguinte fui até a máquina e coloquei todas elas lá e recebi um ticket de US$ 5,51 para usar nas compras. Nem me importei com a cobrança de alguns centavos que a máquina fez. Fiquei pensando por que não temos estas máquinas no Brasil. Só tem vantagem para todo mundo. Então comecei a bolar um plano de negócio para levar as máquinas para o Brasil. Não vou dar detalhes, mas idealizei uma máquina em formato de robô, que na boca teria o local de depósito das moedas. A máquina faria uns barulhinhos, emitiria o ticket (quer sairia da mão do robô) e além disso uma figurinha (para atrair crianças). Seria o robozinho comedor de moedas - um sucesso.
Já estava começando a procurar os fornecedores e pensando na minha aposentadoria quando, pesquisando na internet, encontrei " Start-up cria máquina que troca moedas por cupons" (http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/start-up-cria-maquina-que-troca-moedas-por-cupons-10992946). Uma start-up do Rio de Janeiro chegou na minha frente e já está trazendo as máquinas para o Brasil (apesar de não ser um robozinho).
Meus concorrentes chegaram primeiro

Infelizmente, meu empreendimento, que eu ia hospedar na RAIAR não irá acontecer.

No próximo post contarei de um novo empreendimento do qual participei, produzir vinho (veja minha produção).

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